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Sustentabilidade

Moldar um futuro sustentável: a descarbonização como pilar da competitividade do sector

20 Maio 2025


Temos assistido a fortes disrupções nas mais diversas áreas da sociedade. Tanto em termos políticos ou económicos, como em questões tecnológicas, sociais ou ambientais, a realidade atual é substancialmente diferente da observada há uns anos. Neste contexto, o ritmo e velocidade exponencial a que estas mudanças acontecem obrigam as organizações a adaptarem-se constantemente aos novos desafios, sob pena de perderem competitividade e caírem no esquecimento.


Por Diogo Arezes (KPMG)






A transformação climática enquadra-se, neste âmbito, como um elemento central a ter em consideração nos diferentes modelos de negócio e de atividades das empresas. Efetivamente, e de acordo com o Relatório de Riscos de 2025 do World Economic Forum, cinco dos dez riscos mais relevantes para as instituições num horizonte temporal de dez anos estão relacionados com aspetos climáticos e ambientais.


Similarmente, outros estudos provenientes de instituições de referência internacional reforçam essa mesma necessidade, destacando o facto de o custo líquido da inação, isto é, o custo e impacto das alterações climáticas menos o custo da ação climática, poderá ascender aos 27 % do PIB mundial acumulado nas próximas décadas.


Estes efeitos negativos são transversais aos mais diversos setores de atividade, pelo que urge desenvolver ações concertadas e capazes de endereçar rapidamente e de uma forma efetiva estes problemas. Conscientes disso mesmo, o CENTIMFE e a CEFAMOL, conjuntamente com o apoio da KPMG e das suas entidades parceiras, avançaram com a criação de um Roteiro de Descarbonização para o Setor Português dos Moldes.


Posicionando-se como o terceiro maior produtor de moldes a nível europeu e o oitavo a nível mundial, o setor possui um impacto significativo na economia nacional, tendo gerado mais de 750 milhões de euros em exportações no ano de 2023. Como tal, torna-se imperativo assegurar que as empresas que integram este grupo conseguem assegurar a sua competitividade e resiliência face aos riscos climático futuros e, simultaneamente, estejam em condições de capitalizar todas as oportunidades inerentes a estas alterações de paradigma.


O Roteiro de Descarbonização surge exatamente com o objetivo de dar resposta a estes mesmos desafios. Estando prestes a ser concluído, este plano procurou envolver todos os stakeholders na sua definição, assim como desenvolver iniciativas e ações concretas e adaptadas à realidade e especificidades das empresas em questão, estando, para isso, estruturado em duas grandes áreas de atuação.


A primeira diz respeito a toda a estratégia de mitigação climática que, através de oito programas, por sua vez subdivididos em 20 iniciativas específicas, tem como objetivo contribuir para que o setor possa ser neutro em emissões diretas (Scope 1 e 2) já em 2030, e alcance a neutralidade carbónica, em termos de Scope 3, em 2050. Para a persecução destas metas, entre outras áreas, será dada uma importância especial a temas ligados à eletrificação das empresas e aposta em energias renováveis, sourcing sustentável, transporte e mobilidade de baixas emissões e economia circular e gestão eficiente de resíduos.


Por sua vez, a segunda área é referente à estratégia de adaptação climática. Sabendo que, independentemente do cenário climático a materializar-se no futuro, os impactos vão fazer sempre sentir-se, foram estruturados cinco programas orientados para potenciar a resiliência do setor a estas mudanças. Não tendo um impacto direto na redução das emissões, pretende-se que estes programas fomentem a geração de relações mais sólidas ao longo da cadeia de valor, a criação de produtos de maior valor acrescentado e uma maior capacidade preditiva das empresas aos riscos climáticos externos capazes de afetar as suas atividades.


Em jeito de síntese, é convicção de que este Roteiro se possa assumir como uma bússola para as empresas na sua jornada ESG, procurando orientá-las na escolha e na implementação de soluções sustentáveis, não só em termos ambientais, como também em termos económicos e sociais, e capazes de assegurar o crescimento das empresas e do setor no curto, médio e longo prazos. O desafio é enorme, mas as oportunidades são, certamente, ainda maiores!