
Transformação Digital e Investigação Académica dão nova vida à Indústria
A indústria de injeção de plásticos está a consolidar-se como um (...)
07 Outubro 2025
07 Julho 2025
Os sistemas de injeção são uma parte essencial do processo de moldes para injeção de plásticos. Para Acácio Moleirinho, da Gecim, a escolha e a aplicação destes sistemas assumem uma enorme importância, uma vez que acabam por ter um impacto direto na qualidade e rentabilidade do molde e da peça final. “Os sistemas de injeção são uma parte tecnológica extremamente importante no molde, pois são eles que permitem que o plástico transformado chegue à zona moldante nas melhores condições, assegurando uma maior qualidade”, explica.
Adverte ainda que a escolha do sistema de injeção influencia diretamente a qualidade final da peça, tanto a nível estético como mecânico. “Se bem selecionado e bem aplicado, o sistema de injeção é fundamental para a qualidade da peça, permitindo as melhores qualidades visíveis e estéticas, bem como propriedades mecânicas superiores”, adianta. “A escolha do sistema impacta o processamento do polímero e, consequentemente, a solução final”, sublinha.
Segundo Acácio Moleirinho, na maior parte dos casos, a escolha do sistema de injeção cabe ao cliente do fabricante de moldes, mas o fornecedor dos sistemas tem um papel crucial na aprovação e engenharia de aplicação. “A nossa empresa assegura a aprovação técnica e a engenharia de aplicação, determinando se o sistema é o mais indicado para a peça preconizada”, relata, considerando que a participação do fornecedor na fase inicial do processo de fabrico é essencial. “Na generalidade dos casos, o fornecedor do sistema é consultado antes mesmo da fase do projeto do molde para opinar sobre as condições da injeção, assegurando a melhor integração no projeto do molde e na qualidade da peça”, explica.
O projetista do molde tem um papel determinante, mas a colaboração com o fornecedor é, no seu entender, imprescindível. “O projetista já sabe qual o sistema mais adequado e como integrá-lo no molde, mas o fornecedor tem de aprovar aspetos como o tipo de bico, os materiais, a densidade e a potência, entre outros”, afirma, reforçando que esta análise detalhada garante que a solução adotada é a mais eficiente para o processo produtivo.
Acácio Moleirinho
IMPACTO NOS CUSTOS
Acácio Moleirinho salienta que os avanços tecnológicos permitem hoje avaliar previamente a performance de um sistema de injeção. “Existem estudos de engenharia preliminares, tais como os estudos térmicos e reológicos, que permitem antecipar o funcionamento de um determinado molde e do sistema de injeção, identificando possíveis problemas e as soluções adequadas”, explica. Por isso, o grande desafio do sector passa pela gestão dos custos.
“O mercado está muito centrado na questão do preço, pois muitas empresas têm tesourarias fragilizadas e dificuldades de financiamento”, defende, sublinhando que a melhor forma de otimizar custos é envolver os fornecedores desde o início do projeto. “Ao envolver-nos a nós, fornecedores, logo na fase inicial, conseguimos apontar as melhores soluções aos preços mais competitivos, seja na conceção, logística ou montagem”, esclarece.
A evolução dos sistemas de injeção, adianta ainda, permitiu também facilitar o processo de montagem e manutenção. “Hoje, a montagem destes sistemas é muito mais simples do que no passado, devido à pré-montagem, que agiliza o processo. A nossa responsabilidade enquanto fornecedores é garantir uma manutenção mínima e a qualidade de vida do molde”, relata, destacando que o grande desafio, contudo, é “garantir custos baixos na manutenção, sem comprometer a qualidade”.
Advoga que é incontestável que a evolução dos sistemas de injeção tem sido constante, acompanhando as novas exigências do mercado. “As marcas têm investido no desenvolvimento contínuo de produtos e soluções, especialmente para sectores que utilizam materiais complexos, como a indústria automóvel, a embalagem ou a indústria farmacêutica”, diz. Além disso, acrescenta, há uma crescente valorização da sustentabilidade. “Os materiais biodegradáveis estão na ordem do dia e trazem desafios, pois ainda não são totalmente conhecidos e a sua estabilidade nem sempre é garantida”.
A digitalização também tem sido uma aposta estratégica. “O investimento na digitalização tem o seu custo, mas é essencial para a competitividade. As empresas têm custos elevados e são ‘reféns’ do avanço tecnológico, pelo que precisam de ir evoluindo consoante as suas possibilidades”, defende.
Uma das inovações mais recentes em desenvolvimento pela empresa, revela, é a “Smartbox” para sistemas de injeção. “Esta tecnologia permitirá identificar problemas no canal quente e criar um histórico detalhado do seu funcionamento. O objetivo é facilitar a monitorização pelo utilizador e pelo fabricante do molde”. Apesar de representar um custo adicional, Acácio Moleirinho acredita que esta será uma tendência inevitável no futuro. “Controlo térmico avançado, sistemas inteligentes e emissão de alertas em tempo real são cada vez mais importantes para o ajuste automático dos sistemas e a antecipação de falhas”, esclarece.
No seu entender, o caminho de futuro passa pela inovação e pela colaboração entre fornecedores e fabricantes de moldes. “O preço e o prazo são sempre variáveis críticas, mas a solução ideal está em encontrar um equilíbrio que beneficie todos, sem comprometer a qualidade”, salienta.