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07 Outubro 2025
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No atual contexto de mudança acelerada, em que a adaptação é uma necessidade constante, o desenvolvimento de relações sustentáveis no local de trabalho tornou-se um fator crítico para o sucesso das organizações. Empresas que procuram crescimento sólido e duradouro já perceberam que, mais do que tecnologia ou processos, são as pessoas e a qualidade das relações que estabelecem entre si que fazem a diferença.
Por Artur Ferraz
(consultor internacional para a Gestão de Pessoas)
O conceito de relações sustentáveis vai muito além da boa convivência. Estamos a falar de ligações profissionais baseadas na confiança, no respeito mútuo e numa cultura de colaboração. Estas relações criam um ambiente organizacional propício à inovação, à aprendizagem contínua e, sobretudo, ao alinhamento com os objetivos estratégicos da empresa.
O impacto direto nas organizações
Diversos estudos comprovam que empresas com elevados níveis de envolvimento dos colaboradores obtêm melhores resultados. Segundo dados da Gallup (2020), organizações com colaboradores mais envolvidos registam um aumento de até 21 % na rentabilidade e de 17 % na produtividade. Estas métricas evidenciam que as relações saudáveis e colaborativas não são apenas um "bónus" – são um verdadeiro motor económico e estratégico.
Além disso, quando existe espaço para a comunicação aberta e para a partilha de ideias sem receios, cria-se um contexto favorável à criatividade e à resolução de problemas complexos. Num mundo cada vez mais incerto e competitivo, este fator torna-se decisivo para a capacidade de adaptação e resiliência das empresas.
Relações sustentáveis e retenção de talento
Outro aspeto muitas vezes negligenciado pelas organizações é o impacto que a qualidade das relações internas tem na retenção de talento. A American Psychological Association (2019) aponta que empresas que investem em programas de bem-estar conseguem reduzir em 28 % a rotatividade de colaboradores.
Quando as pessoas se sentem valorizadas, apoiadas e reconhecidas, tendem a manter-se mais tempo nas suas funções, contribuindo para a continuidade dos projetos e para a redução de custos associados ao recrutamento e à integração de novos profissionais.
O papel estratégico da formação
A criação de relações sustentáveis não acontece de forma espontânea. Requer investimento e uma estratégia clara de desenvolvimento de competências, tanto ao nível comportamental como técnico. É aqui que a formação contínua desempenha um papel central.
De acordo com a Association for Talent Development (ATD), as empresas que implementam programas estruturados de formação e desenvolvimento registam um aumento de 218 % na produtividade por colaborador e de 24 % de melhoria nas margens de lucro (SHIFT | Home).
Estes números demonstram como o investimento em formação vai muito além do simples reforço de competências técnicas – gera cultura de desenvolvimento, fortalece o compromisso com a organização e cria equipas mais capazes de enfrentar os desafios do futuro.
Desenvolvimento profissional e cultura organizacional
Mais do que uma prática isolada, a formação deve ser encarada como parte de uma estratégia integrada de desenvolvimento organizacional. A capacitação de colaboradores deve contemplar áreas como liderança, comunicação, inteligência emocional, gestão de conflitos e trabalho em equipa – pilares fundamentais para a construção de relações saudáveis.
Simultaneamente, este investimento em desenvolvimento profissional deve ser acompanhado por políticas claras de valorização e bem-estar, que assegurem que os colaboradores não apenas crescem em termos de competências, mas também encontram significado e equilíbrio no trabalho.
O caminho para organizações sustentáveis
Num contexto de mudança acelerada, em que as empresas enfrentam desafios constantes – desde a transformação digital até à incerteza geopolítica – é imprescindível que as organizações apostem em culturas organizacionais sólidas e resilientes, onde as relações sustentáveis sejam vistas como um ativo estratégico.
Promover ambientes de trabalho mais humanos, onde a comunicação é fluida e onde existe uma verdadeira cultura de apoio mútuo, não só melhora o bem-estar das pessoas, como potencia os resultados a médio e longo prazo.
No final de contas, as organizações são feitas de pessoas. E só quando estas se sentem reconhecidas e capacitadas é que as empresas conseguem prosperar de forma consistente num mundo em constante mudança.
Artur Ferraz é consultor internacional para a área de Gestão de Pessoas. Com mais de 25 anos de experiência dinâmica em consultoria em Portugal e Angola, dedica-se à transformação estratégica e mudança organizacional, e é também um orador frequente em conferências sobre estratégias, políticas e práticas de recursos humanos.