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Gestão de Pessoas

NECKMOLDE: Preparar hoje a empresa para a próxima geração

02 Outubro 2023

“Sustentabilidade significa fazer algo hoje para que o resultado apareça mais tarde, quando já não estivermos cá. Ou seja, pensar mais à frente: fazer e dar passos de olhos e pensamento no futuro”. É desta forma que João Cruz, da Neckmolde, define o conceito de sustentabilidade. E é também desta forma que, na empresa que gere, se procura transmitir esta visão como valor.


Quando este conceito se aplica às pessoas, considera, é liderar tendo presente não apenas o conjunto de colaboradores da empresa, mas também as suas famílias, sobretudo as novas gerações. “É, no fundo, trabalhar no dia a dia, mas pensando e garantindo o trabalho da próxima geração, de forma a garantir que estamos a deixar caminho feito para os nossos descendentes”, explica, sublinhando que “não se trata, apenas, de pensar nas pessoas que temos connosco na empresa, mas também numa família mais alargada, as famílias de todos nós. É fundamental que consigamos passar algo que marque as nossas pessoas e que elas transmitam isso aos seus filhos, de forma a motivá-los a prosseguir este caminho”.


Considera relevante “ouvir os filhos dos nossos colaboradores, as nossas crianças, a falar da empresa onde os pais trabalham: isso é um sinal de que o nosso trabalho, a nível de sustentabilidade social, está a ser bem feito”. E é para chegar aí que a empresa define estratégias e atua diariamente.


“Todas as empresas apostam em tecnologias. É natural que o façam. E é certo que as tecnologias, a automatização, a robótica e a digitalização são muito importantes, mas a humanização das empresas é fundamental para assegurar o seu futuro”, defende, explicando que isso se traduz na forma como “as pessoas se sentem nas empresas no seu dia a dia”.


“Elas são o mais importante e temos a obrigação de conseguir transmitir-lhes isso”, salienta, exemplificando com o caso da sua empresa e contando que, diariamente, “passamos muitas horas a trabalhar nisso, de forma a conseguir que as pessoas se sintam motivadas e integradas”. Porque, na sua opinião, “quem se enquadra e se integra acaba por tornar-se um bom técnico e a empresa beneficia com isso”.


Assim, mais do que especialização, a empresa valoriza “os valores”. Isso significa que as pessoas são olhadas de forma individual, em função da sua personalidade. “Um dos mais importantes valores é a humildade. É o que procuramos ter todos os dias junto das nossas pessoas. Mas ao selecionar as equipas, temos como prioridade o facto de as pessoas serem sinceras, íntegras e terem bom coração”, explica, adiantando que, nos processos de recrutamento, “é essencial que os novos candidatos falem com a gerência e é nessas conversas que procuramos conhecê-los e lê-los enquanto pessoas”.


A empresa usa, portanto, critérios mais subjetivos na avaliação dos candidatos. Mas essa postura tem-se mostrado positiva. “O nosso processo de recrutamento é mais baseado em questões pessoais e humanas do que em questões técnicas. Muitas vezes, os candidatos ficam muito admirados, mas é muito importante que as façamos, porque pretendemos perceber como é a pessoa e de que forma é que ela pode enquadrar-se na empresa e nos seus valores”, destaca.



Valores

E uma vez aceite, o novo colaborar é acompanhado, de forma a assegurar que está bem alinhado com a empresa. Assegurar o bom ambiente de trabalho é uma das prioridades, explica, mostrando-se convencido que esta forma de atuar só é possível porque a empresa tem uma pequena dimensão. “A nossa estrutura é pequena. Se crescermos mais, vai ser difícil continuar a fazer este trabalho da mesma forma. Mas não temos dúvidas de que manteremos esta forma de seleção sempre”, adianta.


É que, assim, “conseguimos ir andando e caminhando, recheados de excelentes pessoas, que são as pessoas que temos. E, no final, são as próprias que ajudam os outros a alinhar-se e todas as equipas criam o ambiente da empresa”.


Esta forma de atuar, acrescenta, é algo que “se aprende sem ser ensinada porque faz parte do ser humano”. E o exemplo veio desde a criação da empresa, através dos valores do seu fundador. “As nossas equipas são reflexo do fundador: aquilo que ele faz, aquilo que ele é, são exemplos para as equipas”, conta. Por isso, assegura, “somos felizes com o que temos e, gradualmente, vamos crescendo passo a passo, com a contribuição de todos. E cada um sente a importância que representa para a empresa”.


Para além dos colaboradores e suas famílias, João Cruz chama a atenção para a importância de alargar o papel social da empresa à comunidade. “Temos de olhar à volta do local onde geograficamente a empresa está e ajudar naquilo que podemos, seja associações, seja a comunidade local. Uma empresa não consegue crescer isolada, precisa de estar integrada na comunidade e ser reconhecida por ela”, explica, acrescentando que essa integração abarca, também, os clientes e os fornecedores.

“Todos fazem parte desta comunidade e é, para nós, extremamente importante que se sintam satisfeitos com o papel da empresa. Se assim acontecer, os resultados aparecem”, sublinha.


Mas admite que, apesar desta forma de estar, manter uma equipa motivada não é fácil. “Neste atual contexto de crise e insegurança, é difícil manter as pessoas otimistas, mas continua a ser o nosso grande foco: primeiro as pessoas; o resto são máquinas que, sem pessoas, não funcionam”, afirma.



Uma geração

Apesar de, entre as três dezenas de colaboradores, existirem pessoas de várias faixas etárias, garante que, na prática, “na nossa empresa, as diferentes gerações trabalham como um todo”.


A empresa realiza, periodicamente, eventos sociais para conectar as pessoas, até fora do ambiente de trabalho. E há o cuidado de escolher as ações, de forma a agradarem às várias gerações de colaboradores, de forma a que se sintam parte integrante da mesma família. A motivação, acrescenta, é trabalhada com o reconhecimento e a evolução na empresa.


“Queremos que as pessoas cresçam e evoluam até ao ponto de ir embora, se for esse o seu desejo, por considerarem não ter mais nada para aprender. Até isso acontecer, as equipas estão unidas e a aprender umas com as outras”, relata.


No processo de entrada, os novos elementos são recebidos como uma mais-valia pela possibilidade de trazer um novo olhar ou novas formas de fazer. “A nossa postura, em relação a quem chega, é olhar para essa pessoa como alguém que nos pode ajudar. Por isso, pedimos para criticar o que acham que não está bem e sugerir mudanças. É importante que se sintam confortáveis a fazer isto porque é essencial para nos garantir inovações no processo. É que quem está há mais tempo acaba por não ter essa abertura para ver de forma diferente”, considerando que “esta forma de agir permite-nos também colocar-nos numa lógica de continuidade porque estamos constantemente a tentar inovar”.


Um dos exemplos que aponta é que são os jovens mais recentes na empresa que ficam com as tecnologias mais recentes a seu cargo. “Se colocarmos pessoas mais antigas nos equipamentos mais novos, elas não conseguem tirar partido, inovar e crescer. Por isso, o normal é que coloquemos as pessoas mais novas nos equipamentos mais recentes, para que possam trazer novas formas de fazer”, explica, adiantando que esta forma de atuação está, desde sempre, na cultura da empresa.


“Tem de haver sempre inovação a acontecer”, sintetiza, salientando que “não somos os melhores, mas sabemos que temos de ir sempre melhorando”. Desta forma, considera, “a empresa cresce numa base sustentável”.


João Cruz salienta ainda que o conceito de sustentabilidade social implica, também, “pensar na sucessão”. No caso da Neckmolde, revela, essa questão está assegurada. “A empresa já está na segunda geração. O fundador é o sócio com maior capital, mas a gerência é assegurada pela segunda geração”, explica. Desta forma, há uma linha de continuidade. “O processo já começou a ser desenvolvido há cinco anos. Faz todo o sentido que o fundador se mantenha porque tem cerca de 50 anos na indústria e toda a sua experiência é imprescindível para garantir o nosso sucesso”, adianta.