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'Gerir a Informação em Tempos de Crise' foi o tema em debate em mais uma sessão do 'Programa Talentum' que, organizado pela CEFAMOL, analisa e discute os temas da “Gestão de Pessoas” e “Inovação Organizacional”. Uma vez mais no espaço virtual, este webinar teve lugar no dia 20 de maio.
Depois do sucesso da última sessão, que contou inclusivamente com duas edições, Artur Ferraz, da International Business Consulting (IBC), o orador convidado para dinamizar o webinar, falando perante uma 'plateia' de cerca de três dezenas de profissionais do sector, começou por citar a consultora Deloitte que, no que diz respeito a 'Inteligência em gestão de riscos e antecipação a crises', divide a questão em quatro patamares, desde a situação de 'normalidade', passando por 'problema', 'emergência' e chegando à 'crise'.
Na opinião do orador, é nesta última que vivemos atualmente, advertindo que, para lidar com ela, "temos de estar preparados para estas situações", chamando a atenção para que "o cenário de crise pode por em causa a continuidade da nossa atividade". Esta preparação, salientou, faz a diferença porque, enquanto umas empresas estão em situação de "agir", às outras resta-lhes "esperar". E explicou que "estes momentos de maior dificuldade expõem os níveis de preparação das organizações" e "testam as lideranças".
É que, sublinhou, numa situação de crise, a resposta "tem de ser dada com celeridade". Para isso, é imperioso uma boa gestão da informação. Ou seja, as organizações têm de ter uma estrutura com todos os patamares definidos e têm de ter elencadas todas as prioridades e procedimentos. "É preciso definir a estrutura, caso contrário muitas das pessoas da organização não saberão o que fazer", afirmou.
E como? "É preciso contar com uma liderança efetiva em todos os níveis, garantir que as pessoas têm as competências ajustadas e comunicar com coerência e credibilidade, seja para dentro ou para fora da organização ", defendeu. Ou seja, "controlar, estruturar e alinhar" de forma a tomar decisões.
No processo, salientou a importância das empresas contarem com o apoio das suas associações sectoriais (deu o exemplo da CEFAMOL), de forma a fazer chegar, por exemplo, aos decisores políticos dos países ou territórios, as necessidades e contribuir para a definição das melhores medidas. "O que não pode acontecer é que aquilo que depende de nós não esteja estruturado", advertiu.
Responder à crise
Esta é a primeira fase do processo de gestão da crise. A fase seguinte é organizar e desenvolver a resposta à mesma, seja ela qual for. Aí, reveste-se de especial importância a "definição de prioridades de ação e a criação de papéis e responsabilidades adicionais". É necessário garantir também um sistema de informação eficiente, assente na transparência e comunicação com conteúdo, consistência e credibilidade.
Sintetizando, Artur Ferraz considerou que cada empresa deverá dar "dez pequenos passos": definir a visão de 'business intelligence', desenvolver um 'roadmap' de ações, estabelecer o modo de gestão do processo, definir competências, alinhar o negócio com os sistemas de informação, acertar os conceitos da organização, medir os benefícios e o retorno, identificar as metas a alcançar e as alcançadas, e avaliar a situação atual da organização.
Focando-se nas pessoas, e em resposta a uma das várias questões que o tema suscitou entre os participantes, lembrou que "as crises permitem dar autonomia às equipas e seus intervenientes porque quem gere não consegue chegar a todo o lado".
Presente no webinar, João Faustino, Presidente da CEFAMOL, considerou que a dimensão e consequências desta crise ainda estão por conhecer, considerando fundamental que "os colaboradores estejam ao corrente da situação real, não para criar alarme, mas para estarem preparados para conseguir lidar com a crise". Lembrou, a esse nível, a importância que pode ter a constituição de um conselho consultivo nas empresas. "Se as regras forem bem definidas, pode ser um passo bom para estas situações de crise", defendeu.
Artur Ferraz concluiu dizendo ser fundamental "criar uma mentalidade para a necessidade da gestão de crise", lembrando que, apesar da atual - resultante da pandemia de Covid-19 - ser diferente das demais, tem havido várias crises e o seu grau de complexidade tem aumentado. "As nossas organizações têm de estar preparadas", alertou.